sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

MELISSA (IN)VERSO

Melissa, é isso que te deixa triste?
É isso que te faz sofrer?
É isso que você quer?

Eu que por tantas vezes violentei sua boca,
Sussurrei poesias profanas em seus ouvidos,
Tirei sua roupa, rocei com o nariz seu umbigo(o centro do meu mundo),
Enquanto você, indiferente e fria,
Como quem não está nem aí nem ali nem aqui,
Desdenhava do meu desejo com risos e ironia – não entendo.

Rapazes, mulheres, homens velhos e moças,
Buscam abrigo no meio de suas coxas.
Você não escolhe credo, idade, raça, sexo ou cor.
Hoje empresta aos outros aquilo que já foi meu.
Todavia, não está feliz – ouço sua dor.

Eu que punha minha cabeça em seus seios, meu travesseiro,
E dormia fatigado, sei.
O meu sono despertava complacência em ti.
De manhã, acordava com um gosto salgado nos lábios.
Eram lágrimas, eu já sabia.
Eram as suas e eu já as adotara como as minhas.
O odor de ópio no quarto, causava-me ânsia...Uma agonia sem fim.
Doía-me vê-la assim.

Melissa, concubina, esta tristeza cinza não combina com o seu cabelo rosa.
À noite, você tranca-se no banheiro, olha-se no espelho e o medo reflete:
Medo do tempo. Medo da gravidade. Medo de ficar sozinha.
Medo de sentir-se só...Medo. Medo outra vez. Medo sete vezes.
Ele não te deixa dormir, tampouco sonhar;
Puxa seus cobertores, veste suas roupas e te deixa nua...Nua e Só...
(não consigo mesmo!)

Eu, ingênuo, tolo e infantil, um dia acreditei
Que fechando as janelas do quarto impediria,
Que"insetos"hostis te picassem.
Esqueci, não sabia ou queria saber,
Que escondia agulhas na bolsa carmim.
Melissa, é Isso que te deixa triste.
É por Isso que sofre.
Não é Isso que você quer – você não sabe o que quer...
Oras Isso, oras Essa!

Melissa: deixa Disso.