terça-feira, 28 de julho de 2009

A.P

Durante a viagem longa e cansativa que fazia para ir as aulas do meu curso, no segundo ônibus que pegava, certa vez vi uma cena que arrancou-me dos braços engessados da rotina. No coletivo havia uma senhora de fogo, pileque, embriagada, completamente bêbada se os adjetivos anteriores deixaram dúvidas. Ela passou metade do percurso importunando a moça que sentava-se do seu lado; visto que cantava muito mal versos desconexos de canções FM. A outra metade gastou mexendo com o cobrador, paquerando-o e o aborrecendo sem nenhum sinal de constrangimento. Ele podia mandá-la para o inferno, mas no estado que ela estava, duvido que chegaria(ou encontraria o caminho) até lá. Na volta da viagem, enquanto caminhava na calçada, trombei com um bêbado pedinte. Parece que atraio esse tipo de gente. Me pergunto se o desodorante que eu usava tinha mais álcool na composição do que o impresso no frasco.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

DILEMMA

Pombos são criaturas melancólicas. Não esqueço o dia em que vi um que parecia tentar suicídio. Ele vagava devagar de um lado para o outro do último andar de um prédio de muitos andares. Olhava para baixo, cabisbaixo desistia, repetia o ritual, ensaiava baixinho um "adeus Mundo cruel", e quando enfim se decidira, apareceu um grupo de pombos que o dissuadiu - suponho que era a "Turma do Deixa Disso". Aquilo não saiu da minha cabeça durante dias( Liberdade e solidão...Onde fica a divisão?)