sábado, 14 de novembro de 2009

AZEDU-ME

Chovera monotorrencialmente. A noite recolhia as nuvens desgarradas que restavam no céu. Um sopro de prosa ajudaria a desanuviá-lo: Ela. Branca, bela, loura, linda, moça, louca - ela assim-assaz, chupando limão com sal e lhe dizendo coisas doces. Mentiras? Talvez...Provavelmente. Não importava. Aquilo lhe fazia tão bem. Ele tinha uma vontade contrita, de não-ter-sido, de não-ter-estado. Recaída. Precisava urgentemente de uma injeção de ânimo. A única farmácia ficava longe. Já estava fechada. Perdera, perderam-se. Uma doideira desatinada assomava. Ele estacou, ofegou, virou-se, foi embora a passo firme e largo, desditoso e distante, engolindo as três palavras que o orgulho, medo, o inibira impedira de devolver. A consciência calava: silêncio era coisa mais prudente e sugestiva.

domingo, 8 de novembro de 2009

STANDBY-OFF

Amuado. Amofinado. Amargo. Falta-me verbo; sobram-me adjetivos.